Neste artigo, estão listadas sete dicas que podem tornar você um investidor melhor. E o melhor é que não é necessário ter nenhum conhecimento em finanças para implementá-las.
Ao montar uma carteira de investimentos, muitos investidores ignoram o impacto tributário, porém, esse é um aspecto fundamental a ser considerado. Embora o investidor médio tenha pouco controle sobre diversos aspectos, evitar tributos é crucial. Felizmente, existem várias soluções para pagar menos à Receita Federal.
Uma solução simples é investir em previdência privada. Os planos de previdência têm o poder de adiar o pagamento de tributos, permitindo que o efeito dos juros compostos seja mais aproveitado. Os valores aplicados em planos VGBL e PGBL não são sujeitos ao famoso "come-cotas" - a antecipação do imposto sobre o rendimento, cobrado nos meses de maio e novembro. Além disso, é possível reduzir os tributos ao resgatar o dinheiro da previdência para até 0%, embora isso dependa do montante aplicado e da situação individual do investidor.
Outra forma de evitar tributos é investir em aplicações isentas do imposto de renda, que, em sua maioria, são títulos de renda fixa. Contudo, como esses investimentos contam com benefício tributário, o rendimento bruto costuma ser menor. Isso faz com que o rendimento líquido, ou seja, o rendimento descontado de impostos, muitas vezes seja similar ao das aplicações comparáveis que não são isentas.
Nada é de graça no mercado financeiro e, muitas vezes, os produtos mais caros são os que não fornecem transparência sobre as taxas cobradas. Se você não sabe quanto está pagando, você pode ter certeza de que não é pouco. Um exemplo disso é o COE (Certificado de Operações Estruturadas), um produto complexo que combina derivativos e renda fixa para gerar a promessa de um excelente retorno com proteção do capital. Na realidade, esse produto oferece altas comissões para quem o vende e esconde os custos do investidor por meio de sua complexidade.
É verdade que existem momentos em que operações estruturadas possam fazer sentido, mas na maioria das vezes, elas se limitam a situações específicas de empresas ou investidores profissionais. A dica é investir somente em produtos que você compreende totalmente e, se algo parece ser bom demais para ser verdade, provavelmente é.
Não colocar todos os ovos na mesma cesta" é um ditado popular e também um conselho prudente para quem investe. A diversificação protege contra prejuízos resultantes de um único investimento. Ter investimentos no exterior, por exemplo, protege contra possíveis ruídos políticos no Brasil. A diversificação é uma ferramenta de gestão de risco que reduz a probabilidade de perder dinheiro.
Enquanto investir no Brasil gerava retornos extraordinários dos anos 2000 até 2010, a década subsequente foi desastrosa. Em dólar, nem o investidor conservador conseguiu obter um retorno.
Pequenas diferenças entre as taxas de administração de seus fundos de investimento podem fazer uma grande diferença ao longo dos anos. Não é necessário ter conhecimento em matemática para entender que pagar menos pelo mesmo produto economiza dinheiro. Embora o efeito a curto prazo possa parecer insignificante, ao longo dos anos, o valor costuma ser expressivo. É preciso ter cuidado adicional ao analisar os custos de um fundo. Muitas vezes, a taxa divulgada parece baixa, mas se o fundo investe em outros fundos, é provável que sejam cobradas taxas adicionais. Infelizmente, ainda há falta de transparência no mercado financeiro.
No mundo ideal, todo investidor tem um plano que formaliza sua política de investimentos. Esse plano não precisa ser complexo. Entre outros aspectos, o plano detalha quanto dinheiro deve ser reservado para a reserva de emergência, quanto deve ser destinado para realizar planos de curto e médio prazo e de que forma o dinheiro para a aposentadoria deve ser aplicado. Ter um plano traz consistência para seus investimentos e evita procrastinação ao investir. Se você sabe qual é sua alocação ideal, não precisa buscar pelo melhor investimento do momento; você já sabe como o dinheiro deve ser investido.
É raro ver um investidor brasileiro ser cotista do mesmo fundo por um período superior a dois anos. O resgate costuma ser feito no primeiro mês em que o fundo entrega um resultado negativo. A busca pelo melhor fundo e por uma rentabilidade maior gera consequências negativas para o próprio patrimônio. Trocar com frequência suas aplicações leva à destruição de valor por meio do pagamento de impostos e taxas de corretagem. Prudente é escolher uma estratégia de investimentos com a qual você esteja confortável e que esteja alinhada com seus objetivos.
Educação financeira é importante para qualquer pessoa e essencial para quem investe. Com a internet, informações de qualidade estão disponíveis gratuitamente para quem dispõe de tempo para aprender. Além disso, há uma riqueza de livros escritos sobre o assunto.
A educação financeira gera consciência sobre quais produtos financeiros fazem sentido para o seu perfil de investidor e o seu momento de vida. Com mais informações, é possível diminuir a assimetria de informações e fazer perguntas inteligentes e informadas para o seu assessor, consultor ou gerente do banco. Um investidor informado tem mais tranquilidade em relação aos movimentos do mercado e, portanto, tem a capacidade de manter o curso.